“TIE-DYE”: EU NASCE HÁ 1.000 ANOS ATRÁS

Aposto com você que quando falo em pigmentos, tinturaria, técnicas ancestrais de estamparia, a palavra que vem logo à sua cabeça é ” tie- dye”, certo?

Comigo acontecia a mesma coisa. Mas não é bem assim.

Quando entrei de cabeça no mundo dos tecidos, tintas, dobras, costuras e amarras, descobri que não era justo generalizar, desprezando assim tantos anos e tentativas de acertos e erros de nossos antepassados.

Explico: o que conhecemos como “tie-dye” (amarrar e tingir) ficou muito popular nos anos 60 com o movimento hippie. Sem regras e com muitas opções de misturar cores e produzir com as próprias mãos desenhos lisérgicos.

Mas você pode se surpreender ao saber que a história do “tie dye” realmente começou muito antes dos defensores do livre amor ou de Woodstock. As primeiras referências ao “tie dye” têm registros históricos no antigo Japão e China.

Na China, foram usados de 618 a 906, durante a dinastia Tang. No Japão, a técnica foi usada durante o período Nara, de 552-794. Os corantes eram extraídos de flores, frutos, raízes e folhas.

Por volta do século 15, um estilo de tie dye conhecido como Tsujigahana (traduzido como “flores na passagem”) tornou-se moda. Este processo utilizou a dobras e costuras para delinear  e reservar as partes do tecido a ser tingido,  permitindo a separação das cores.

Enfim, o tie-dye começou muito antes dos hippies. Estes só se apropriaram dele.

VELEJAR É A MELHOR COISA DO MUNDO

Sabe o que é experimentar uma sensação completamente nova?Isso aconteceu esta semana.

Desde que nos mudamos aqui para Paraty, comecei a fazer aula de vela. Sim, me aventurar pelo mar na linda e calma baía de Paraty.

Já tinha feito algumas aulas, mas confesso que esta quarta parecia diferente. Uma tarde ensolarada com muito vento. Hummmm! Perfeito para velejar.

Depois de montar as velas, lá fomos nós dentro do barco. O vento soprava forte. Com as condições favoráveis, o professor autorizou uma ida um pouco mais longe: “vamos passar atrás daquela ilha, e lá vai dar para sentir um pouquinho da sensação de velejar em alto mar. Aquela é a última ilha da baía de Paraty.”

Daí para frente começa aquela sensação nova que mencionei no começo do texto.

É alucinante. As ondas aumentaram, o vento soprava forte, o barco inclinava e deslizava nas ondas, surfando mesmo! Lindo! Uma mistura de medo com uma vontade enorme de controlar o pequeno barquinho naquilo tudo. Adrenalina mesmo. Um presente!

“Vamos voltar”, disse o professor. E de novo um momento de atenção. Era a hora de começar a fazer uma curva (como a gente faz?! será que é assim?!) para retornar no sentido de Paraty. Na minha inexperiente manobra, o barco quase chega a parar. Ui! Será que está certo? Ele corrige os movimentos e começamos a voltar.

Uau, agora o barquinho vai voar! O vento está  à favor. Voltamos bem rápido, surfando nas ondas. lado do barco chega a sair da água.

Fim da aula. Até a próxima quarta.

(fiquei pensando: como eu poderia passar pela vida sem ter provado aquela sensação? E como vivi 33 anos sem provar isso?)

NO IPOD DA ORANGOTANGO TEM… DIRTY THREE

Se tem uma banda que não sai do meu Ipod e da minha cabeça, é o Dirty Three.

Os caras são demais. Um trio instrumental composto por Warren Ellis (violino), Mick Turner (guitarra) e Jim White (bateria). Tocam um som com a energia do rock e elementos de música clássica, jazz, blues e folk. Desta mistura nasce um som próprio, experimental, estridente. Vale a pena!

Para apaixonados por Nick Cave, como eu, mais um detalhe: Warren Ellis ainda faz parte da banda de Nick Cave, The Bad Seeds.

Não resisti e separei aqui dois vídeos. Um só da banda e outro com a participação especial de Chan Marshall (a querida Cat Power).

Apaixonante…

O MELHOR PRESENTE DO DIA DAS CRIANÇAS

Tinha pensado num outro post para comemorar o Dia das Crianças. Mas aí chegou em casa a última edição da Revista N. Magazine e mudei de idéia.

O papai da Nina foi convidado a escrever nesta edição sobre as impressões de um pai de primeira viagem. O texto ficou uma declaração de amor à Nina, e acho que não deve existir presente mais lindo de Dia das Crianças.

Divido o texto aqui com vocês. Aí vai:

A farra de ser pai

Você pode ler livros à vontade, assistir a programas de TV ou receber todos os conselhos possíveis. Mas nada – nada mesmo – pode te preparar para ser pai. Não há escola capaz de antecipar o que é isso. E se você prestar atenção no que as algumas pessoas falam sobre paternidade, aí mesmo é que você não vai querer ter filhos. Veja só algumas “verdades” que ouvi sobre o assunto:

“Aproveita enquanto você não tem filhos, porque depois é só trabalho!”

“Filho? E a sua liberdade?”

“Depois que a criança nasce, você não tem mais sossego!”

“Acabou a farra!”

Curioso: enquanto alguns vêem a paternidade como o fim de um ciclo – o término da fase de liberdade e despreocupação – eu a vejo como o início de outro, muito mais interessante e intenso.

Minha vida só ficou mais “livre”, “sossegada” e “cheia de farra” depois que a Nina nasceu. Exatamente o oposto do que tinham me falado. Eu não consigo ter um pingo de saudades da minha vida pré-Nina.

Se antes eu chegava em casa às 7 da manhã e dormia a tarde toda, hoje eu torço para dar 7 da manhã para ela bater na nossa porta e nos acordar. Quero passar a manhã toda andando de bicicleta ou batendo perna com ela.

É até clichê dizer isso, mas uma coisa que filhos fazem é tornar cada momento especial. Nós não precisamos pensar em grandes passeios ou viagens elaboradas; uma simples ida à padaria pode ser um programão. Ficar em casa virou um programão. Não fazer nada virou um programão – contanto que seja ao lado dela.

Sou um pai tardio. A Nina nasceu e eu já tinha 40 anos. Se, por um lado, demorei a aproveitar a paternidade, por outro foi a melhor coisa que me aconteceu. Se eu tivesse sido pai aos 20, teria sido uma porcaria de pai. Acho que tudo tem seu tempo. Isso não quer dizer que ninguém pode ter filhos aos 20 anos. Só estou dizendo que, no meu caso, acredito que a maturidade me tornou um pai melhor.

Curiosamente, a melhor frase sobre a paternidade eu ouvi numa entrevista. E não foi numa entrevista de algum especialista ou doutor. Foi de Johnny Depp. Sim, o ator Johnny Depp, amigo de Hunter Thompson e Keith Richards. “Quando você se torna pai, é como se alguém tirasse um véu que cobria a sua cabeça. De repente você vê tudo com clareza, e percebe que é para isso que estamos aqui”, disse Depp. Concordo.

VEM AÍ A LOJA DA ORANGOTANGO

Quando comecei a pensar em fazer coisas para crianças, não imaginei a proporção que isso iria tomar. Era só uma vontade de fazer algumas peças para a decoração do quarto da Nina. Depois, comecei perceber que também faltavam outras coisas no mercado infantil: alguns bichinhos, algumas roupas, etc.

Com o blog e mais próxima de mães como eu, senti que essa vontade por coisas especiais e diferentes não era só minha. Outras pessoas que se identificavam comigo também poderiam gostar. Por que não uma loja para vender tudo isso?

Desenhei e produzi então uma coleção composta por peças de roupas especiais, jogos de quarto com opções de cores e estampas, bichos em tecidos, e muito mais. Desenvolvi etiquetas, tags, embalagens e tudo mais para uma loja de verdade. Nasceu a Orangotango  –uma  loja especializada em crianças de zero a 4 anos.

Está tudo ficando pronto e já, já, vou poder dividir com você.

Aqui vai uma prévia de um look da coleção, que deve estar no ar daqui a 30 dias.

BJORK FAZ MÚSICA PARA DUENDES

 Mumin é criação da finlandesa Tove Janssson (1914-2001). Os Mumins são adoráveis seres mitológicos que fizeram grande sucesso na distante Finlândia dos anos 50, quando publicados em tiras de jornais. Tornaram- se talvez, os personagens infantis mais famosos da Escandinávia.

A simpática criatura de traços simples, toda branca, sem boca e  de enormes olhos, é marcante pela imaginação desvairada. Vivem aventuras típicas da imaginação infantil, em que não importam leis do mundo real, mas sim a viagem.

Viraram cult em décadas passadas, quando foram traduzidos para o inglês. 

Hoje, viraram estrelas de filme, com trilha sonora de Bjork. O longa “Moomins and the Comet Chase” (Mumins e a perseguição do cometa, em tradução livre), estreou em agosto na Finlândia. Por aqui, ainda não tem data para chegar.