DA BALADA AO “MAMAÇO”
Comecei este espaço aqui há pouco mais de um ano e já fiz muitos conhecidos e amigos.
Encontrei blogs parecidos, famílias interessantes, gente com filho e gente que não tem filho também.
Numa dessas, conheci a Paula. Descubro que tenho uma foto com ela. Outros tempos. Foto de balada! Ainda não tínhamos filhos e nem hora para voltar para casa.
Dia desses, vi a Paula na TV, participando do Mamaço – evento que aconteceu em São Paulo, pelo direito de amamentar nossos filhotes em público.
Não resisti e convidei-a para contar aqui um pouquinho de sua história.
Aí vai o lindo texto que ela me escreveu:
“Eu era casada e adorava sair pra dançar como se não houvesse amanhã. Fã de música eletrônica, todo top DJ que vinha pra cá, lá estava eu na pista. Foi uma fase deliciosa e inesquecível, mesmo com todos os excessos.
Aí, o relógio biológico começou a sinalizar. Eu quis ter filho e foi tudo muito rápido.
Engravidei. Logo depois, o casamento acabou e junto com ele, todo um jeito de viver a vida também…
Nove meses depois, descobri realmente o que era amar alguém. O Ian nasceu e foi com ele que senti muitas coisas pela primeira vez.
Minha vida mudou completamente. Voltei para casa dos meus pais, mil dúvidas sobre o futuro e principalmente se eu seria uma boa mãe.
Mas deu tudo certo! Com o Ian foi um encontro de almas, ouvia muita música com ele, amamentei por quase um ano, passeávamos muito, apenas nós dois. Fui uma mãe de primeira viagem, sem neuroses e super proteções, e ele, um menino sempre adorável.
Fui estudar moda e deixei-o com meus pais. Foi uma época difícil, porque eu não estava junto quando meu filho fazia as coisas pela primeira vez. Estabeleci um tempo limite de distância e, terminado este prazo, voltei. Nunca almejei ser a número um profissionalmente. Queria ser uma ótima mãe e ter uma família feliz. Isso me bastava.
O tempo passou. Reatei com meu marido, casamos novamente no civil, ele é um pai maravilhoso.
Um ano se passou. Resolvi engravidar novamente. Desta vez decidi deixar o trabalho para ser uma mãe mais presente. Engravidei super rápido, mas perdi. Foi um baque em nós três.
E apenas quatro meses depois, engravidei novamente. Foram meses difíceis: enjoei muito e tinha fiquei muito insegura. Tinha medo de dar tudo errado. Depois de ser a pessoa mais chata por alguns meses (sim, por que virei uma coisa estranha), Noah nasceu prematuro, com 35 semanas, com peso bom e saudável, é calmo e lindo, e me deu de presente uma serenidade que há tempos eu não tinha…
Bebê pequeno em casa parece o céu, mas a vida fica um tumulto. Eu não tinha mais tempo de brincar com o Ian, nem dar atenção ao marido, sem dormir à noite e muito pouco durante o dia, aquela situação que toda mãe passa…
Hoje já consigo ler uma revista sem ser interrompida, continuo ouvindo meus cd`s com eles. Vamos juntos a exposições de arte.
Balada? Confesso que tenho aquela preguiça típica de quem se deu uma licença da vida noturna. Às vezes bate aquela insegurança feminina quanto ao corpo e aos quilos a mais, mas quando vejo um sorrisinho banguela só para mim ou quando o Ian vem com algum assunto inacreditável do alto de seus quase 5 anos, esqueço tudo isso.
Nas horas vagas entro na Internet, descubro como anda o mundo “lá fora” e me informo sobre coisas que me interessam. Foi assim que descobri sobre o Mamaço, um protesto super do bem em que mães amamentavam seus filhos pelo direito de fazer isso em público.
E minha vida segue assim, com outras prioridades, mas com a mesma essência, sonhando com uma viagem só com o marido, em morar na praia. Todo dia peço para que a rotina não me tire a ternura e que eu consiga criar meus filhos como homens sensíveis, honestos, e mais preocupados com o mundo que estamos deixando para eles.
Super beijo!”
6 COMENTÁRIOS
Ah as surpresas que a vida nos dá…
Obrigada por compartilhar seu espaço, Paula!
no começo foi difícil escrever pq foram tantas emoções vividas [rss] mas achei uma delícia contar essa história pra vc[s]!
muitos beijos
Xará,
Eu é que agradeço! Pelo jeito não fomos só nós duas que gostamos. Já recebi alguns emails elogiando o post.
Obrigada mesmo e que bom que gostou!!!!
bj grande
Adorei o texto ! Realmente emocionante compartilhar uma história de vida e ver como as coisas se encaminham ! Muito encorajador tb pois faz a gente se sentir mais bem acompanhada nessa loucura magnífica que é a vida cheia de altos e baixos…! Parabéns !
Marcela,
Que bom que gostou! Normalmente só eu é que conto minhas histórias. Mas achei que quem acessa o blog também ia gostar de ouvir outras experiências.
A gente acaba se identificando com um pouco de cada um…
beijos e obrigada por sempre passar aqui!!!
Paula, vc tem razao… e bom ouvir a historia das outras pessoas…
Linda alias… parabens para vcs Paulas, xaras!
Adoro a Orangotando, demais! E fiquei emocionada com essa historia.. e muito louco se mae, a melhor coisa que pode acontecer na vida de uma mulher mesmo!
Estou vendo isso agora, que tb largue tudo para poder ser mae. Um pouco tarde, mas esta valendo a pena!
Paula,
Vc é “guerreira”! bjs e adorei o comentário! vou enviar agora para a Paula que contou a história!